segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sugestão de leitura

O livro de ensaios Hacia una literatura sin adjetivos de María Teresa Andruetto, Ed. Comunicarte, traz de maneira lúcida e poética uma avaliação do que pode ser considerado uma literatura de qualidade para crianças e jovens.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Alta Gracia

Após visitar alguns dos principais monumentos históricos da cidade de Córdoba, fiz a coisa de que mais gosto: sentir de perto a realidade do povo. Fui até o terminal rodoviário e peguei um buzão, de aproximadamente seis pesos (R$ 3,50), e fiz uma viagem de 45 minutos em direção à cidade de Alta Gracia, lugar onde viveu Che Guevara, cuja casa abriga hoje um museu com sua história. Uma sensação deliciosa a de percorrer junto com os moradores caminhos por mim ignorados. Tudo absolutamente plano e de uma paisagem seca. Em alguns momentos me lembrou a paisagem do cerrado. Um verde aqui e outro ali, com terreno irrigado, mas absurdamente atraente. Assim que cheguei fiquei um pouco apreensiva porque parecia uma cidade fantasma. Minha meta era saltar no ponto final, que seria a rodoviária de lá, para poder voltar. Só que as pessoas foram saltando e eu vi que o comércio estava fechado e as ruas, desertas. Pensei que talvez fosse feriado por lá, mas não. Fiquei sabendo então pelo motorista do ônibus que era a hora da sesta e que o pessoal só voltaria ao trabalho lá pelas 16 horas. O pior é que eu estava com uma baita fome e não tinha a menor idéia de como resolver isso. Aí, descobri na rodoviária um barzinho, meio boteco, meio lanchonete, meio qualquer coisa, que tinha um vendedor muito jovem e simpático, que me serviu um refrigerante chamado ¨Ser¨ e um sanduiche enorme. Foi a primeira vez que experimentei um refrigerante ontológico. Fiquei por ali pensando em como iria chegar até à Estancia Jesuítica, que queria visitar, e ao Museu Che Guevara. O rapaz me mostrou um mapa e vi que, com aquele sol de rachar, ia ser complicado chegar a meu destino. Perguntei se havia serviço de táxi e ele disse sim e prontamente ligou pedindo um. Em pouco tempo chegou o carro com um motorista bem humorado chamado Jesus. Falei pra ele: ¨senhor Jesus o senhor me ajuda a conhecer Alta Gracia?¨ e ele muito gentil disse: ¨sim e farei uma viagem sem exploração financeira, porque desde que nasci carrego o peso desse nome. Não é fácil ser Jesus¨. E assim fomos direto à casa do Che, depois seguimos para a Estancia Jesuítica, de lá para o belo lago em que nadavam patos e cisnes e finalizamos dando uma volta pela cidade. Ele me deixou de volta na rodoviária e eu retornei a Córdoba feliz e abençoada. Chegando, é claro, fui a pé para o hotel. Posto aqui algumas fotos do museu e outra da Estancia. Não consigo postar tudo.



Esta chama acesa é primeira coisa que vê ao entrar no Museu Che Guevara.
















Exposta uma Norton 1936 igual à que Che Guevara usou na viagem pela América Latina









quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Córdoba não esquece

Ao lado de monumentos que são patrimônio da humanidade, Córdoba conserva um outro monumento: A memória de seus desaparecidos, vítimas da repressão. Fiquei muito emocionada diante do prédio antigo, que traz em sua entrada formando impressões digitais, os nomes dos desaparecidos. Essa identidade atravessa a alma da gente. Nesse lugar, durante quase setenta anos, funcionaram diversas dependências da polícia de Córdoba. Nas décadas de sessenta e setenta, o Departamento de Informações da Polícia da Provínvia de Córdoba, conhecido como D2, transformou o lugar no centro de detenção dos prisioneiros políticos, que entre 1969 e 1983 foram sequestrados, torturados e executados pelas forças repressivas do Estado. Escrever no espaço público seus nomes significa para os cordobeses transformar o lugar em memória viva das vítimas e suas vidas serem gravadas como uma forma de dizer: Nunca mais!








terça-feira, 14 de setembro de 2010

De volta!

Acabo de chegar de Córdoba onde fui receber um prêmio literário no concurso de que participei Los Niños del Mercosur. Fiquei encantada com a cidade que não conhecia e com as pessoas que tive também a oportunidade de conhecer. Foi curioso porque tão logo cheguei ao hotel tive a impressão de estar ouvindo o hino nacional brasileiro, mas o engraçado é que não foi impressão. Estava havendo na praça, que fica em frente ao Hotel e onde se realizava a Feira do Livro de Córdoba, uma homenagem à Independência do Brasil. Era sete de setembro. Claro que desci para ver de perto e havia um monte de brasileiros presentes, além de estudantes de língua portuguesa. É incrível como se estuda português por lá, mas ficam meio surpresos de nos ver falando espanhol. Gostei de tudo. Da Feira do Livro, da cidade, que apesar do clima seco mantinha uma beleza impar, da alegria das pessoas e do movimento intenso das ruas, dos monumentos históricos, alguns deles patrimônios da humanidade, da cidade de Alta Gracia, onde morou Che Guevara e onde há um museu, antiga casa onde ele viveu e muitas outras coisas. Vou postar, aos poucos, algumas fotos que tirei por lá.


A praça San Martin vista da janela do quarto do hotel


Vista noturna da praça San Martin

Catedral de Córdoba


Feira do Livro de Córdoba


Entre o Consul do Brasil em Córdoba, que me entregou o prêmio, e as juradas Graciela Perriconi, crítica literária e Karina Fraccarolli, diretora do Editorial Comunicarte.