O Leo é daquelas pessoas que já se olha gostando. Esse gostar se ratifica num trabalho literário primoroso e numa reflexão cristalina, mas que vem, creio eu, entre outras coisas, pela disposição para sentir inteiro, despudoradamente.
Estávamos em Porto Alegre assistindo a palestra do patrono da Feira do Livro deste ano, o escritor Carlos Urbim, que ia, de maneira simples e emocionada, apresentando suas observações e percursos literários e, ao mesmo tempo, sem que eu pudesse controlar, minando minhas resistências. Eu, que sempre me esforço para não chorar em público, no que nunca sou bem sucedida, vi que, mais uma vez, não estava conseguindo conter a montoeira de água que ameaçava desabar me inundando inteira.
Timidamente comecei a represá-la com os dedos, desviando o curso dos lábios para um canto qualquer mais escondido do rosto, mas os olhos traiçoeiros iam se escarlatiando incontrolavelmente. Nos ruídos finais dos aplausos, levantei-me para tentar abraçar a alma do Carlos Urbim. Foi aí que me deparei com o Leo, vermelho, de olhos de alvorecer, cara inchada de criança que de não saber o que fazer com a alegria, simplesmente deixa que ela flua livremente alma afora. Falei, me amparando cúmplice, Leo, você também está chorando? e ele simples: é, eu sou assim, eu choro mesmo.
Pois é, esse é o meu querido amigo Leo, com quem aprendi o poder do mesmo.
Abaixo, um video para conhecer a superfície dele. Mais? leiam, leiam...