quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Réveillon em Copa
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Iluminadas!
Para ter sucesso neste mundo não basta ser estúpido, é preciso também ter boas maneiras.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Le Clézio e Debussy
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Sarkozy e a ortografia
Orthographe, tu me tues, et tu meurs avec moi
par Nicolas Germain, Webmaster
08.12.08
Lyon, un lycée, rencontre des parents avec les professeurs. Les enseignants se succèdent en ordre parfait, les sciences dures d'abord, priorité de l'éducation nationale depuis quelques décennies, les molles ensuite, puis les disciplines d'éveil enfin, je veux dire le français et les langues. Pourtant, chaque nouvelle intervention enfonce un peu plus l'assistance dans la torpeur. Ça ne ronfle pas encore, mais ça devrait à force de discours usés, peu mieux faire, classe agréable mais peu travailleuse, faut se ressaisir... Soudain, un mot tinte à l'oreille de l'assemblée : orthographe. Je ne sais plus qui l'a prononcé, un parent, un prof, peu importe, les deux mondes parlent à l'unisson et se serrent la main au moindre poncif à reluire. Et voilà que la classe toute sage s'anime drôlement.
Les accusations fusent, halte aux textos, mort aux jeux vidéo, la faute à la société de l'image. Les index menaçants voltigent et battent la mesure d'une discussion devenue vive au son du clairon. Voilà papa, maman et le prof au garde-à-vous devant l'orthographe, le Bescherelle de la conjugaison sous la main en place de bible. Au loin le canon tonne, c'est la guerre, les règles de grammaire et leurs cohortes d'exceptions prêtes à envahir le cerveau de nos chers enfants. L'heure est grave, ils ne savent plus écrire.
J'ignore si le mot orthographe déclenche le même effet chez les anglais, ou les espagnols. Un ami brésilien me dit un jour : "Vous les français, quand on vous demande un renseignement dans la rue, vous commencez par corriger la question avant de répondre." Oui, je crois aussi que les français ont une relation douloureuse avec leur langue et son orthographe. Il faut bien dire que cette dernière n'a pas évolué, à quelques réformettes près, depuis le début du XIXème siècle. Notre orthographe est celle de Victor Hugo.
Nous pourrions nous en enorgueillir. Seulement, est-il acceptable qu'une société fige ainsi la forme écrite de sa langue alors que sa forme orale s'adapte comme il convient au fil du temps ? D'autant que ces dernières années, l'Internet a réhabilité l'usage de l'écrit que l'on croyait dépassé par la télévision et le téléphone. De nos jours, n'importe quel adolescent tient son blog, participe à des forums de discussion, ou chatte. L'ado moderne écrit plus qu'il ne parle.
Les conservatismes sont féroces. Le Petit Robert, dictionnaire qu'on ne présente plus, entretient le scandale par son édition 2009, laquelle propose deux orthographes différentes de mots pourtant réformés depuis 1990. Le combat pour une orthographe conservée dans la naphtaline n'est donc pas - seulement - un combat anti-ado.
À la complexité de l'orthographe française, ou plutôt son absence d'homogénéité, se rajoute un manque chronique de temps à son (ré-)apprentissage. Beaucoup de gens renoncent à utiliser un mode, un temps ou un mot ne sachant pas ou plus l'écrire, et par crainte de la faute d'orthographe, désastreuse, capable à elle seule de transformer une prose limpide en torrent de boue.
Heureusement, les ados d'aujourd'hui se montrent moins complexés que leurs aînés, une chance pour notre langue. Les textos, par leur nécessaire concision rendent un service inestimable à notre société. L'usage du texto dépénalise l'usage du français. Rien de moins. Naturellement, les messages véhiculés ainsi ne dépassent pas le stade du grognement préhistorique. Soit. Il s'agit d'une ouverture, d'une prise de conscience, d'un début ouvert sur des horizons moins culpabilisateurs.
Je milite pour une réforme rapide et profonde de l'orthographe. Car l'orthographe, celle-là même qui n'existe plus et que nous apprenons encore, nous fait du mal et nous tue. Le français s'enrobe peu à peu d'une cire mortifère. À ne pas l'admettre, nous finirons tous au musée Grévin. Dans quelle langue seront rédigées les notices?
par Vincent Métivier, Etudiant
10.12.08
Je souhaite réagir à la chronique de M. Nicolas Germain, publiée le 08/12/08 et intitulée "Orthographe, tu me tues, et tu meurs avec moi". L'opinion qu'il exprime me paraît révélatrice d’une tendance générale à la glorification d’une pseudo évolution de la langue française, encourageant ainsi son inexorable appauvrissement. "Appauvrissement", le mot est faible, "dégénérescence" voire "agonie" seraient plus justes, tant les phénomènes qui concourent à sa ruine - avec succès - ont des effets violents.
Tout cela me donne de l'eczéma, mais non, pardon, il faut maintenant écrire "exéma" ! Faut-il alors en rire ou en pleurer ?
domingo, 21 de dezembro de 2008
Cumplicidade
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.
Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.
E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"
Machado de Assis
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
O insólito na narrativa ficcional
Refletir sobre o insólito na narrativa ficcional implica, antes de tudo, encarar o insólito como questão que se coloca e recoloca a cada passo dado no percurso reflexivo que se empreende. Põe-se em questão, primeiramente, o próprio termo enquanto signo, lingüístico ou semiológico. Põe-se em questão, ainda, se o nomeado por insólito estaria no nível dos temas ou das estratégias de construção narrativa. Põe-se em questão o caráter próprio do insólito na narrativa ficcional, visto ora como gênero ora como uma de suas categorias constitutivas. Põe-se em questão, mesmo e definitivamente, quando se reflete sobre o insólito na narrativa ficcional, os conceitos de real, realidade; de verdade, verdadeiro; de ficcional, factual; de mimeses; de verossimilhança... Enfim, a manifestação poética e/ou estética do insólito na narrativa ficcional é a questão sobre a qual se pretende refletir mais detida e aprofundadamente.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Beirut sem Capitu ou Saramago
Elephant gun
If I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight
Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all that i hide
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Patrick Charaudeau na UERJ
sábado, 6 de dezembro de 2008
Horta caseira
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Patrick Charaudeau na UFRJ
domingo, 30 de novembro de 2008
A força do Nordeste
Em Sergipe, depois da apresentação dele, fomos todos os convidados para um restaurante maravilhoso e o que fizemos foi rir dos "causos" que ele contava. Era vinho e "causo". Junto, o Paulo Schettino, aquele meu outro amigo de infância, e um grupo de velhos amigos. O Jessier viu nossa foto aqui no blog e mandou um e-mail dizendo que meu blog era "coisa de primeira plaina, bem cuidado e bonito feito um prato de arroz-doce".
Virgulino Lampião, Deputado Federá!
Jessier Quirino.
Seus Dotôres Deputado
falo sem tutubiá
pra mostrá que nós matuto
sabe se pronunciá
dizê que ta um presídio
com dó e matuticídio
a vida nesse lugá
O Brasí surgiu de nós
nós tudo que vem da massa
deram um nó no mêi de nós
que nós desse nó não passa
e de quatro em quatro ano
vem vocês com o veio plano
desata o nó e se abraça
Tamo chêi dessa bostice
de promessa e eleição
dos que vem de vem em quanto
se rindo, estendeno a mão
candidato a caloteiro
aprendiz de trapaceiro
corruto, falso e ladrão.
A coisa ta enveigada
ta ruim de devenveigá
meu sistema neuvosíssimo
vejo a hora se estorá
se estóra eu não engano
cuma diz o americano
na matança eu tem norrá.
Quero que vocês refrita
o falá da minha fala
pelo cano do revóve
magine o tamãe da bala.
Vocês que véve arrimado
nas bengala do podê
dou um chuto na bengala
mode alejado corrê
dou dedo, faço munganga
canto Ouvira do Ypiranga
e mando tudo se fudê.
Acunho logo a tramela
nas porta da corrução
toco fogo na lixeira
e passo de mão em mão
corto língua de quem mente
quebro três ou quatro dente
dos Deputado risão.
Político que come uva
em plena safra de manga
vai pra lei dos desperdiço
nas faca dos meus capanga.
Se eu der um tiro no mato
e bater num marinheiro
é porque tem mais honesto
do que cabra trambiqueiro
diante dessa nutiça
não haverá injustiça
é a lei dos cangaceiro.
Os deputado bom de pêia
eu tiro o “W” do nome
tiro vírgula dos discurso
reticença e pisilone
sapeco lei pra matuto
meto bala nesses puto
e um viva no microfone.
Matuto que tem saúde
pro trabaio ele é capaz
nós se vira, arruma água
as sementes e o preço em paz
não vai sê protecionismo
é a lei do Nordestinismo
dos Problemas Matutais.
Debuiado este discurso
pros Dotôre e Deputado
ta dizido minha meta
pra cem bilhão de roçado
depois não venham dizê
que foi golpe de pudê
proque não foram avisado
Partido dos Cangaceiro
o PC dos natura
pela lei da ignorança
do Congresso Federá
assinado Capitão
Virgulino Lampião
Deputado Federá.
Virgulino Lampião Deputado Federá
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
História das coisas
Não deixem de assistir a este documentário.
"História das Coisas é um documentário de 20 minutos, direto, passo a passo, baseado nos subterrâneos de nossos padrões de consumo. Revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência em criarmos um mundo mais sustentável e justo." Versão dublada.
Les tribus de l'Omo
Com gestos vivos, rápidos, espontâneos que vem da infância, este movimento essencial que procuram os grandes mestres contemporâneos, quando eles aprenderam muito e tentam de tudo esquecer.
Somente o desejo de se enfeitar, de seduzir, estar bonito, um jogo e um prazer permanente é suficiente para eles mergulharem os dedos na argila e, em dois minutos, sobre o peito, os seios, a pubis, as pernas, nascer nada menos que um Miro, um Picasso, um Pollock, um Tàpies, um Klee..."
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Tudo o que um autor deseja!
É curioso que o lançamento do Brasileirinho, no Brasil, foi em 2001, num local chamando "Anjo da Guarda", no Maranhão, junto com a inauguração da Biblioteca Pública Volante Benedito Leite. Na ocasião o Hospital Sarah Kubischek enviou as crianças internas, que estavam em condições possíveis de saúde, para assistir ao espetáculo que a Anna Torres e eu iríamos apresentar. Bem, não precisa dizer como foi difícil superar nossa emoção no momento. Foi inesquecível.
Sei o que o Grupo Raízes vai sentir e vou ficar na torcida para que seja um grande espetáculo. Tão logo tenha as imagens que irão enviar, divulgo.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Revisitando Victor Hugo
Gosto da progressão final da "fala" de cada um dos personagens em relação à metáfora do sexo. A de Quasímodo, que, por consciência da impossibilidade gerada por sua aparência, pede a Lúcifer que permita que ele pelo menos uma vez passe os dedos nos cabelos de Esmeralda "Ô Lucifer !/Laisse-moi rien qu'une fois/ Glisser mes doigts dans les cheveux d'Esmeralda" , a do padre, que pelas limitações impostas pelo clero, mas desejoso de transgressão, pede a Nossa Senhora que permita que ele, pelo menos uma vez, empurre a porta do jardim de Esmeralda, "Ô Notre-Dame!/Laisse-moi rien qu'une fois/ Pousser la porte du jardin d'Esmeralda" e a de Phoebus, o belo soldado, que informa à noiva, Flor de Lis, que não é homem de fé e que irá colher a flor do jardim de Esmeralda, "Ô Fleur-de-Lys /Je ne suis pas homme de foi /J'irai cueillir la fleur d'amour d'Esmeralda".
Belle
Notre-Dame de Paris
Composição: Paroles et Musique: Luc Plamondon, Richard Cocciante (1998)
Note: Reprise Serge Lama, David Hallyday, Patrick Bruel dans l'album "Dernière édition avant l'an 2000" des Enfoirés
Belle
C'est un mot qu'on dirait inventé pour elle
Quand elle danse et qu'elle met son corps à jour, tel
Un oiseau qui étend ses ailes pour s'envoler
Alors je sens l'enfer s'ouvrir sous mes pieds
J'ai posé mes yeux sous sa robe de gitane
À quoi me sert encore de prier Notre-Dame
Quel
Est celui qui lui jettera la première pierre?
Celui-là ne mérite pas d'être sur terre
Ô Lucifer !
Oh ! Laisse-moi rien qu'une fois
Glisser mes doigts dans les cheveux d'Esmeralda
Frollo:
Belle
Est-ce le diable qui s'est incarné en elle
Pour détourner mes yeux du Dieu éternel?
Qui a mis dans mon être ce désir charnel
Pour m'empêcher de regarder vers le Ciel?
Elle porte en elle le péché originel
La désirer fait-il de moi un criminel?
Celle
Qu'on prenait pour une fille de joie, une fille de rien
Semble soudain porter la croix du genre humain
Ô Notre-Dame!
Oh ! Laisse-moi rien qu'une fois
Pousser la porte du jardin d'Esmeralda
Phoebus:
Belle
Malgré ses grands yeux noirs qui vous ensorcellent
La demoiselle serait-elle encore pucelle ?
Quand ses mouvements me font voir monts et merveilles
Sous son jupon aux couleurs de l'arc-en-ciel
Ma dulcinée laissez-moi vous êtes infidèle
Avant de vous avoir menée jusqu'à l'autel
Quel
Est l'homme qui détournerait son regard d'elle
Sous peine d'être changé en statue de sel
Ô Fleur-de-Lys
Je ne suis pas homme de foi
J'irai cueillir la fleur d'amour d'Esmeralda
Quasimodo, Frollo, Phoebus:
J'ai posé mes yeux sous sa robe de gitane
À quoi me sert encore de prier Notre-Dame
Quel
Est celui qui lui jettera la première pierre
Celui-là ne mérite pas d'être sur terre
Ô Lucifer !
Oh ! Laisse-moi rien qu'une fois
Glisser mes doigts dans les cheveux d'Esmeralda
Esmeralda.
sábado, 22 de novembro de 2008
Sheherazade, Rimsky-Korsakov e eu
Posto hoje esta primorosa leitura musical de Korsakov para todos nós, que vivemos "Sheherazadicamente".
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Feira do Livro de Porto Alegre - Parte 3
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Para nunca esquecer!
Navio Negreiro
Castro Alves
I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
II
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
III
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
VI
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
54ª Feira do Livro de Porto Alegre - Parte 2
Desenho de uma das crianças recontando a história
Cada página de uma cor e a história contada por imagens
Reproduzi uma pequena parte. O livro tem muitas páginas. Uma de cada criança. É lindo.
Estas são duas superqueridas amigas: Cristina Biazetto e Gláucia de Souza, organizadoras do Traçando Histórias. Talento saindo pelos poros. Elas estão linkadas aqui. Conheçam o excelente trabalho das duas. Cris é ilustradora e Gláucia, escritora.
Depois continuo contando...
domingo, 16 de novembro de 2008
Entrevista
sábado, 15 de novembro de 2008
Obama, Mia Couto e Tiken Jah Fakoly
Para quem não conhece, Fakoly, de etnia malinké, é descendente do chefe guerreiro Fakoly Koumba Fakoly Daaba e membro de uma família de griots, tradicionalmente vistos como os depositários da tradição oral de uma família, povo ou país. Obrigado a viver entre o Mali e a França, o porta-voz da jovem geração da Costa do Marfim ataca os regimes de alguns presidentes africanos, denunciando a injustiça, a corrupção e as desigualidades naquele continente. Fakoly canta em francês, inglês e dioula, a língua da sua etnia, falada no norte da Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Mali e Burkina-Faso.
E se Obama fosse africano?
Por Mia Couto
Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
Jornal "SAVANA" – 14 de Novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
54ª Feira do Livro de Porto Alegre - Parte 1
No dia 11/11, mediei uma mesa-redonda no Traçando Histórias, com a Ciça Fittipaldi e a Marilda Castanha, ilustradoras que fazem parte do livro que organizei, O que é qualidade em ilustração no livro infantil e juvenil - com a palavra o ilustrador, da Ed. DCL.
A minha direita Marilda Castanha e a esquerda Ciça Fittipaldi.
Depois continuo contando...
Feira do Livro de Porto Alegre
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Só para lembrar: he had a dream...
Em 1964 a Lei dos Direitos Civis foi votada e promulgada por Lyndon B. Johnson e em 1965 a Lei sobre o Direito de Votar foi aprovada".
«Que a liberdade ressoe!»
Five score years ago, a great American, in whose symbolic shadow we stand signed the Emancipation Proclamation. This momentous decree came as a great beacon light of hope to millions of Negro slaves who had been seared in the flames of withering injustice. It came as a joyous daybreak to end the long night of captivity. But one hundred years later, we must face the tragic fact that the Negro is still not free.
So we have come to cash this check -- a check that will give us upon demand the riches of freedom and the security of justice. We have also come to this hallowed spot to remind America of the fierce urgency of now. This is no time to engage in the luxury of cooling off or to take the tranquilizing drug of gradualism. Now is the time to rise from the dark and desolate valley of segregation to the sunlit path of racial justice. Now is the time to open the doors of opportunity to all of God's children. Now is the time to lift our nation from the quicksands of racial injustice to the solid rock of brotherhood.
The marvelous new militancy which has engulfed the Negro community must not lead us to distrust of all white people, for many of our white brothers, as evidenced by their presence here today, have come to realize that their destiny is tied up with our destiny and their freedom is inextricably bound to our freedom.
I have a dream that my four children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.
I have a dream today.
This is our hope. This is the faith with which I return to the South. With this faith we will be able to hew out of the mountain of despair a stone of hope. With this faith we will be able to transform the jangling discords of our nation into a beautiful symphony of brotherhood. With this faith we will be able to work together, to pray together, to struggle together, to go to jail together, to stand up for freedom together, knowing that we will be free one day.
And if America is to be a great nation, this must become true. So let freedom ring from the prodigious hilltops of New Hampshire. Let freedom ring from the mighty mountains of New York. Let freedom ring from the heightening Alleghenies of Pennsylvania!
Let freedom ring from the curvaceous peaks of California!
But not only that; let freedom ring from Stone Mountain of Georgia!
Let freedom ring from Lookout Mountain of Tennessee!
Let freedom ring from every hill and every molehill of Mississippi.
From every mountainside, let freedom ring.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Presidente americano negro! Lobato profeta? 2008 ou 2228?
Posto e aconselho a leitura do excelente artigo A figura do negro em Monteiro Lobato, da sempre lúcida amiga Marisa Lajolo.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Ne Me Quitte Pas
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le coeur du bonheure
Ne me quitte pas (x4)
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas (x4)
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embrasser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas (x4)
On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quite pas (x4)
Ne me quite pas
Je ne veux plus pleurer
Je ne veux plus parler
Je me cacherai là
À te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas (x4)
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
III Feira do Livro de Sergipe - curiosa coincidência
Havia na casa antiga de Santa Tereza à beira da rua do Oriente, onde morávamos, uma sala algo quieta e misteriosa. Era a sala do silêncio. Meu pai quedava-se, aí, diante de uma mesa, em atitude hierática, rodeado de livros, escrevendo e como que esquecido de tudo.
As estantes escuras, riscadas de in-fólios davam um aspecto sombrio ao ambiente. Eu chegava, muita vez, na porta, olhava-o e sentia um temor inexplicável. Não gostava da biblioteca. Não adivinhava ainda que naqueles livros, aparentemente inexpressivos, palpitavam idéias.
Eu ia pedir um tostão para comprar bala, perdia a voz e saía escabriado. Havia qualquer coisa de religioso no silêncio, na atitude de meu pai, na tranqüilidade daquela sala indiferente. Se daí me veio a veneração, só comecei a admirá-lo quando descobri nele o prestidigitador das cores.
Joaquim Ribeiro
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Convido a todos
III Feira do Livro de Sergipe: A palavra guarda o mundo
Com Vicência (irmã do Paulo), Jessier Quirino (brilhante poeta e ator) e Paulo Schettino (premiadíssimo cineasta)
Depois vou falar aqui no blog do trabalho deles, que é fascinante. Encantador também foi ver por lá um grupo de alunos da "Nossa Escola", com roupas de época, representando os personagens de várias obras de Machado de Assis. Eles andavam no meio do público e suas falas eram exatamente as que o escritor colocava na boca de seus personagens. Abaixo a foto de uma de minhas amigas mais queridas em Sergipe: a Lorena/Capitu
Ensaiando a obliqüidade do olhar...
Divertida mesa com o Paulo
Amanhã conto mais.