Desde pequena ouço uma expressão curiosa, e que nunca havia entendido até hoje, que me deixava intrigada. Era o tal do “cerca Lourenço” utilizado toda vez que alguém ficava de enrolação. Pois é, o que eu nunca poderia imaginar é que viria conhecer o neto do Lourenço, um “nerd” que é responsável pelo bom funcionamento de meus computadores e professor de minhas angústias informáticas. A história de seu avô me fascinou.
Bem, não precisa dizer que o cerco policial foi intenso, mas nunca, nunquinha, conseguiram prender o Lourenço. A polícia chegava e gritava “cerca o Lourenço!”, que muito espertamente saía correndo em direção a um açougue que tinha uma porta falsa dentro do frigorífico, dando acesso a uma vila por onde ele fugia.
Hoje convivo com esse “nerd” incrível, Carlos Gilaberte, que seria a última pessoa do mundo para quem alguém diria “cerca Lourenço!”.
Imaginem que o Lourenço, que, como o neto, tem o sobrenome de Gilaberte, era sócio de uma antiga fábrica de sabão na Av. Brasil. Uma de suas diversões, e de alguns de seus amigos, era jogar cartas no antigo Jardim zoológico de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Lá havia um gerente que toda semana, como novidade, colocava um animal em destaque para ser apreciado pelos visitantes. Uma semana era a cobra, na outra o macaco e assim por diante. A turma que jogava cartas ali acompanhava sem interesse as trocas do gerente, até que um dia o mau cheiro de alguns animais começou a incomodá-los. Reclamaram muito, e aquilo acabou virando motivo de chacota.
Toda a semana eles brincavam para ver se adivinhavam qual o bicho seria escolhido pelo gerente para ser exposto aos olhares do público. Resolveram começar a apostar pra valer. A responsabilidade de recolher o dinheiro de todos e guardar até a outra semana, ficou a cargo do Lourenço.
Parece que na época, os jogos de azar estavam proibidos. Os cassinos foram fechados e segundo o Gilaberte neto, a turma se refugiou no que então ainda não tinha o nome oficial de "jogo do bicho". Pois bem, o Lourenço virou o dono da banca, quer dizer “banqueiro”, e o “negócio” prosperou muito, ao contrário da fábrica que ia mal das pernas.
Parece que na época, os jogos de azar estavam proibidos. Os cassinos foram fechados e segundo o Gilaberte neto, a turma se refugiou no que então ainda não tinha o nome oficial de "jogo do bicho". Pois bem, o Lourenço virou o dono da banca, quer dizer “banqueiro”, e o “negócio” prosperou muito, ao contrário da fábrica que ia mal das pernas.
Bem, não precisa dizer que o cerco policial foi intenso, mas nunca, nunquinha, conseguiram prender o Lourenço. A polícia chegava e gritava “cerca o Lourenço!”, que muito espertamente saía correndo em direção a um açougue que tinha uma porta falsa dentro do frigorífico, dando acesso a uma vila por onde ele fugia.
Hoje convivo com esse “nerd” incrível, Carlos Gilaberte, que seria a última pessoa do mundo para quem alguém diria “cerca Lourenço!”.