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Particularmente, não gosto de um tipo de literatura em que se percebem certos experimentos literários do tipo "narrativa que se pensa enquanto se constrói" e em que o autor quase grita para o leitor: "Preste atenção. Olhe a estratégia narrativa que estou utilizando, olhe que sacada brilhante este neologismo". Isso, quando não pára o enredo e se enreda em considerações metaliterárias quase infantis.
O Dia Mastroianni, de João Paulo Cuenca, escapa a isso. É um livro instigante, em que o autor administra muito bem ficção e reflexões sobre o processo criativo.
O Era no Tempo do Rei traz um outro tipo de procedimento discursivo. Através de um misto de História e ficção, o livro do Ruy Castro une Leonardo, personagem do Manuel Antônio de Almeida, e D. Pedro I, personagem histórico, de forma divertida e irresistível. As referências às ruas e o mapa do Rio de Janeiro de 1810 instigam e permitem um delicioso passeio pelas ruas do Rio antigo. É como se esse mapa ancorasse o imaginário e convidasse a ir mais longe.
Os dois livros apóiam-se em contratos de comunicação distintos, mas ambos comprometidos com a qualidade literária.