terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Elefante e chave: viagens


Tirei uns dias para descansar. Exatos sete dias. Fui para meu refúgio. Na bagagem, A viagem do elefante, do Saramago e A chave de casa de Tatiana Salem Levy. Revi meu jardim e minha rede de esparramar preguiça. E foi nela que pude fazer essas boas leituras.

Textos de estilos e técnicas completamente diferentes. Saramago, com a pontuação que eu ouço quando leio, leva por uma divertida e absurda viagem/presente do rei D. João III, um elefante Salomão e depois Solimão, a ser dado ao arquiduque austríaco Maximiliano II. Todo o tempo, procurando manter o controle sobre o leitor, Saramago se porta como um ourives a aperfeiçoar seu campo de trabalho. O resultado é precioso.

O texto da Tatiana Salem Levy, finalista do Prêmio Jabuti e agraciado com Prêmio São Paulo de Literatura para autor estreante, é intenso e bem estruturado. Numa espécie de resgate de sua história e da de sua família, ela leva o leitor a percorrer, junto, uma emocionada viagem de reencontro.