quinta-feira, 30 de julho de 2009

Alice Vieira - 30 anos de literatura

Minha vida tem episódios engraçados e insólitos. Um deles diz respeito à Alice Vieira. Estava eu, um belo dia, na UFRJ, isso lá pelos idos de 1992, quando a Elisabeth Vasconcelos falou da Alice Vieira. Fiquei bastante curiosa e encomendei alguns livros dela e um, entre os belíssimos textos, me tomou por completo: foi o hilariante Graças e Desgraças na Corte de El- Rei Tadinho. Naquele momento, determinei que queria fazer um estudo daquele texto e entrevistar a autora. Ninguém sabia muita coisa dela, apenas que morava em Portugal. Entrei em contato com o Editorial Caminho, por onde ela publicava, mas sem resultado. Passado algum tempo, conversando com um amigo português, contei que queria conhecê-la e ele disse: "Ai é? ela é muito minha amiga". Aí ele fez as primeiras apresentações e passamos a nos falar por telefone. Bem, acabei em Lisboa, num encontro muito divertido, mas não tão divertido como os muitos outros que se sucederam, que acabaram nos transformando em amigas de infância.
Alice está fazendo trinta anos de literatura de qualidade e recebendo de Portugal a justa homenagem a que tem direito. Reproduzo aqui a entrevista publicada hoje no jornal Correio da Manhã.

Entrevista: Alice Vieira

"Se dá trabalho também dá prazer" Alice Vieira, escritora há 30 anos, está de parabéns “por tantos e tão bons livros”, slogan da megacampanha que a Leya lhe preparou em surpresa. Até o neto dar o alarme.

Correio da Manhã – Como é que "uma escritora de manias" mas sem "a mania das grandezas" lida com uma megacampanha que inclui posters e crachás...

Alice Vieira – Só comecei a perceber que havia qualquer coisa por aí quando todos os jornais, de repente, queriam falar comigo... E quando um dos meus netos, o Diogo, disse: "Na FNAC há um cartaz com uma cara igual à tua. Só não és tu porque a do cartaz tem o cabelo azul..." Uma das coisas de que mais gosto na campanha é desse meu súbito cabelo à Wanda Stuart!

– E que manias são aquelas de que é pecadora confessa?

– Antes de começar a escrever tenho de limpar a mesa, ponho um caderno moleskine novo ao lado do computador, encho a parede em frente com fotografias das pessoas que amo e escolho o CD que me vai acompanhar durante o tempo de escrita. Cada romance tem a sua música de fundo... O próximo, a começar no dia 1 de Agosto, vai ter a ‘Mãe’ do Rodrigo Leão.

– Além do merchandising, a editora vai enviar um livro seu para Timor por cada postal que uma criança lhe escreva... Ideia sua?

– Foi. Achei boa ideia ligar a minha paixão pela escrita à minha paixão por Timor... Timor só suscita reacções extremas: ou se odeia ou se ama. Senti que ia ficar ligada desde o momento em que pisei aquela terra. E as pessoas são tão cativantes, abraçam-nos, querem sempre aprender mais. A única coisa que vi as crianças pedir foi lápis.

– Este é o Ano Alice Vieira?

– Todos são. Estou contente por os meus patrões se lembrarem de festejar os meus 30 anos de trabalho, mas não vou trabalhar mais nem melhor... O que dá trabalho, dá prazer e já tenho encomendas para três romances, um livro de crónicas e um texto para o maestro Eurico Carrapatoso musicar para a Orquestra Metropolitana de Lisboa...

– E a sua relação com a poesia?

– É uma relação diferente da que tenho com o resto da minha produção. Acho que devia ter usado outro nome, não como pseudónimo, mas como heterónimo porque, em poesia, sou mesmo outra pessoa.

– Desde a estreia, com ‘Rosa, Minha Irmã Rosa’, o que mudou?

– Tudo. O Mundo. Um mundo sem telemóveis nem laptops, sem via verde nem multibanco, sem televisão por cabo nem microondas, sem CD nem Zara... E nós vivíamos!

PERFIL

Alice Vieira completou este ano 66 de idade, 40 de jornalismo e 30 de literatura. Com obra feita e premiada em todos os géneros, é nos jovens que tem os mais fiéis leitores e, já em Setembro, recebe em Gotemburgo, o Prémio Peter Pan. Há dois anos descobriu a poesia e, dois livros mais tarde (‘Dois Corpos Tombando na Água’ e ‘O Que Dói às Aves’), é oficial: temos poeta!

Dina Gusmão

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A grande arte do Brasil

Falei muito aqui das belezas indiscutíveis do Japão, mas quero falar das saudades do Brasil. Saudades da arte produzida no Brasil, do Quinteto Armorial, por exemplo, e do Ariano Suassuna e suas reflexões cristalinas.

A massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. Em arte, o gosto médio é mais prejudicial do que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio.

Nem eu, Ariano, nem eu.



quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pintores do futuro em Atami

No Museu de Belas Artes de Atami há uma espaço reservado para os pintores do futuro. Todos estes quadros foram pintados por crianças.











quarta-feira, 22 de julho de 2009

Exercendo a criatividade com humor

Uma amiga enviou e eu repasso estas criações japonesas pouco comuns.

Acho que, se comercializarem esta sombrinha, compro uma.




A piada é que ouço há anos meu marido propor esta insólita criação, só que para colher de sopa. Acho que copiaram a idéia dele em versão oriental

Esta é de utilidade impar, principalmente em certas palestras.


domingo, 19 de julho de 2009

Museu de Arte de Narukawa

Uma das visitas que fiz foi ao Museu de Arte de Narukawa, que, além de ter belíssimas peças em exposição, possui um lounge com uma janela panorâmica de 50 metros de largura, de onde se tem uma irretocável vista do lago Ashi, em Hakone. Fotografei um quadro (o que era permitido), "Cores das Estações", de Susumi Maki, que me impressionou demais pela beleza, e também o lago visto de lá.





Susumi Maki


sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ilustração em livros infantis japoneses

Tentei fazer algumas fotos destes livros que recebi de presente no Japão. O trabalho gráfico é primoroso e a tradução dos textos está sendo enviada para mim. Clicando em cima da imagem, tem-se uma idéia um pouco melhor deles.




















quinta-feira, 16 de julho de 2009

Ikebanas

Fotografei, o melhor que pude, estas ikebanas que estavam expostas no Museu de Belas Artes de Atami.
















terça-feira, 14 de julho de 2009

Haiku e paisagens

Chego de viagem ainda sob a comoção da paisagem e encontro o belíssimo Estações Sentidas. 111 haiku, presente enviado pelo poeta David Rodrigues, de Portugal. De delicadeza impar, os poemas fixam um universo na concisão da palavra exata. Encantamento. Posto uma foto que fiz e um dos inúmeros belíssimos poemas do livro.


Hakone - Shinsenkyo

OUTONO

Que pousou na tarde?

Lençol de seda? Uma garça?

Ou só o silêncio?

RODRIGUES, David. Estações Sentidas. 111 Haiku. Lisboa: Indícios de Ouro Edições, s.d.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Imagens do Japão

Posto algumas fotos que fiz nesta terceira viagem ao Japão. Pena que eu não seja uma fotógrafa a altura da paisagem.

Heyankyo - Kioto

Monte Fuji


Pavilhão Dourado


Baía de Sagami em dia nublado


Zuiunkyo - Atami

Hakone


Vista noturna de Tóquio da torre da prefeitura

sábado, 11 de julho de 2009

Por um Brasil literário

Fiquei com muita pena de não participar este ano da FLIP, mas ou isso...ou aquilo. Estava no Japão em imperdível viagem. Posto aqui o manisfesto "Por um Brasil literário" lido pelo querido Bartolomeu Campos de Queirós e que representa o reforço de uma consciência da importância da divulgação e democratização da literatura.

O Japão e eu

É antigo este meu amor pelo Japão. É a terceira vez que vou lá e é incrível como sempre saio com vontade de voltar. Este ano meu presente de aniversário foi revisitá-lo e reencontrar amigos muito queridos. Vou postar aqui, aos poucos, algumas fotos que fiz.


Completa surpresa o bolo de aniversário (gostosíssimo) que Sachiko fez pra mim, sem falar do jantar. Na foto abaixo Massan-Kan (muito fofo),Yossiuri , Sachiko, Noburu, por trás dele Tomoê, ao lado Mai-San e eu. Na outra foto Sutô-San e Hara-San. Esses queridos amigos me hospedaram em Odawara.




Odawara é uma cidade bonita de se ver. Lá podemos encontrar o Japão tradicional e moderno. O castelo de Odawara foi residência da família do senhor feudal Hojo.

A cidade vista do castelo. O mar que se vê é da Baía de Sagami.

Frente de casa em Odawara

Continuo depois a contar de Atami,Tóquio, Hakone e Kioto.