sábado, 30 de outubro de 2010

Hora do Conto


Hoje, sábado, 30 de outubro de 14:00 - 16:00, Jaqueline Sampaio estará apresentando a Hora do Conto.

Local:

Livrarias Curitiba - Shopping Palladium, Barigui, Curitiba e Estação

Programação:

BRUXA E FADA: MENINA ENCANTADA de Ieda de Oliveira, Ed. DCL, ME LIVRO DO TERROR de Cláudio Martins, Ed. FTD e CONTRA FEITIÇO, FEITIÇO E MEIO de Eloí Elisabete Bocheco, Ed. Paulinas.

Estão todos convidados.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Facebook

Estou, depois de grande resistência, no Facebook. O Rogério Andrade Barbosa me convenceu. O lado interessante é que encontrei muitos amigos e amigos me encontraram. Isso é sempre bom.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Peter Hunt

Reproduzo aqui a entrevista concedida ao Globo (Prosa Online) por Peter Hunt, um dos maiores estudiosos mundiais da literatura infantil, fundador e professor da cadeira na Cardiff University, na Grã-Bretanha. Hunt é autor de Crítica, teoria e literatura infantil, Ed. Cosac Naify, com tradução de Cid Knipel Moreira e texto de orelha de João Luís Ceccantini .


O senhor acha que os livros infantis têm características muito peculiares que os distinguem de qualquer outro tipo de literatura que é feito? O que o senhor acha de moral da história, do politicamente correto, da mensagem que se tenta passar para a criança?

É perigoso generalizar sobre "livros para crianças" - provavelmente nunca generalizaríamos sobre (todos) os livros para adultos. Mas uma característica que todos os livros infantis compartilham é a ideia da "criança" ou da "infância". Essa pode ser a ideia do editor sobre o que é ser criança, da cultura de uma sociedade, ou a ideia do autor sobre uma criança real, talvez um ideal da infância, uma memória de criança ou uma memória de quando se foi criança (é bem complexo!). Seja lá o que for essa ideia, isso vai interferir em como será o livro. Alguns autores vão defender que crianças precisam de leveza, novidade e trabalhos experimentais; outros vão achar que crianças são 'simples' e então precisam de livros 'simples'; alguns autores acham que crianças precisam de desafios; há os que pensam que crianças vão precisar ter livros para se acostumarem a eles - para ser como qualquer outra pessoa. Sobre a "moral da história", é verdade: muitos livros infantis têm mesmo uma moral positiva ou um final feliz; e são politicamente corretos, porque seus autores sabem que estão (na maioria das vezes) escrevendo para um leitor menos experiente. Por isso acham que têm a responsabilidade de mostrar um bom comportamento ou uma mensagem boa. O problema que isso acarreta, claro, é que vai depender do que o autor vai acreditar como sendo politicamente correto.


Livros infantis precisam ser didáticos?

Porque há um desequilíbrio de poder nos livros infantis - em que o adulto autor está numa posição em que pode, efetivamente, influenciar o leitor -, é inevitável que autores adultos tentem expressar algum ponto de vista, queiram passar alguma mensagem. (TODOS os livros e TODOS os livros infantis têm alguma posição ideológica). No século passado, qualquer didatismo, ensinamento, posicionamento, tendia a ser disfarçado.


O que caracteriza um bom livro infantil?

Assim como qualquer outro livro, o que vai ser 'bom' vai depender do que você (ou sua cultura) define como 'bom'. Um bom livro, para mim, é desafiador, inovador, diferente (E isso é fácil quando o seu público não é tão experiente). Mas, independentemente de qualquer outra coisa (conteúdo, linguagem etc.), eu acho que um bom livro infantil é feito de respeito: há sempre um abismo entre a experiência do adulto autor e a do leitor criança. Então um bom livro infantil tem que negociar com esta lacuna, e isso só pode ser feito com o respeito, que vai partir do adulto. Um bom livro infantil é um livro que faz todos, adultos e crianças, pensarem. É claro que às vezes não é isso que você quer de um livro - um bom livro para ler no aeroporto ou tarde da noite pode ser apenas para distrair e não para fazer você pensar. E este é novamente o risco das generalizações.


Como o senhor escolhia os livros que suas filhas liam na infância?
Quando minhas filhas eram bem pequenas, os livros eram escolhidos de três maneiras. A primeira: eram livros que nós, como pais, amávamos e lembrávamos desde a nossa infância. A segunda: tentávamos acertar o livro de acordo com cada criança (que penso, e espero, conhecer), visando aos seus interesses e às suas características. Então costumávamos comprar livro que imaginávamos que elas iriam gostar ou livros que as ajudariam a entender o que precisam entender. Erramos muitas vezes - por isso tenho dúvidas de se é verdadeira a ideia de que se você gosta de um livro seus filhos necessariamente gostarão. A melhor lição é que as crianças só gostarão de alguma coisa se a elas for oferecida! E a terceira: deixávamos que elas escolhessem livros sozinhas. Uma vez ou outra, mas raramente, sugeríamos que um livro específico estava além da compreensão delas ou o conteúdo não as interessaria. Mas nunca - como muitas pessoas fazem - interrompemos a leitura das crianças porque não concordávamos com o ponto de vista expressado no livro (embora isso não seja realmente um problema até a adolescência) ou porque apresentava valores com os quais não compactuávamos. O resultado disso é que muitos dos livros preferidos de nossas filhas eram livros que nós achávamos triviais, ou que mostravam claramente que o autor não havia se empenhado bastante, ou que as ilustrações representavam o que achávamos que era o 'pior' de uma publicação comercial. Não acho que isso as tenha prejudicado - porque eram tantos e tantos livros. A mensagem aqui, eu acho, é que, se os pais compartilharem com os filhos seus valores culturais, a escolha dos livros infantis será autorregulada. E mais: quanto mais livros as crianças lerem, maior será a capacidade delas de escolha e de comparação. (Também não tínhamos em casa uma sala de televisão, o que aumentava o tempo dedicado à leitura).


Os livros que o senhor escolheu para sua primeira filha são diferentes dos livros que o senhor escolheu para sua quarta filha? Seu maior conhecimento sobre teoria da literatura infantil fez com que mudasse de opinião sobre os livros?

Não, não acho que houve uma diferença no tipo de livro. A maior diferença foi o número de livros: os livros que as minhas primeiras três filhas leram ainda pertenciam à nossa casa, e elas foram passando livros de uma para a outra. Então a quarta filha tinha uma quantidade muito maior (A caçula é sempre a mais esperta, porque as mais velhas cuidam de sua educação).


Que conselhos o senhor daria aos pais que querem acertar na escolha de livros para seus filhos? O que priorizar nesta seleção?

Este é um conselho fácil de dar e nem tão simples de ser seguido: PENSANDO!!!! Trate desta questão de escolher livros com seriedade. Se for seguir o conselho de outras pessoas (críticos, por exemplo), gaste um tempo avaliando se concorda ou não com a maneira como pensam. Esta não é uma ciência exata, e as pessoas muitas vezes se colocam como autoridades, quando todos, na verdade, têm suas próprias opiniões. Ainda assim, se tiverem experiência com crianças, as pessoas não serão todas as crianças, ou não serão a sua criança. Acima de tudo, olhe com atenção, pense bastante e decida o que você quer para o seu filho.


As livrarias brasileiras estão abarrotadas de livros infantis. Este é um mercado rentável? O que move tantos e tantos lançamentos?

O mercado de livro infantil é um dos mais rentáveis, sim, na Europa e em todos os países de língua inglesa, apesar do fato de os romances para as crianças venderem menos exemplares do que os para adulto. Isso ocorre porque normalmente se paga menos a autores infantis, porque o foco de marketing no público infantil é mais disperso (procura-se vender para todas as crianças e para uma faixa etária específica) e porque há dois compradores de livros infantis, os adultos e as crianças. Há duas razões para esta imensa quantidade de lançamentos. A primeira é porque, no mercado editorial de língua inglesa, há cinco ou seis editoras dominantes que competem entre elas em todos os gêneros - e por isso todas as listas de lançamentos se parecem muito. A segunda é financeira: as editoras infantis não mantêm uma lista grande de livros já lançados no estoque. As vendas e o lucro são medidos ano a ano e é preciso ter sempre lançamentos, que vão gerar lucro imediato e depois serão preteridos pelos livros novos.


Por que em seu livro o senhor chama a literatura infantil do Ocidente de retrógrada?
Acredito que há uma grande quantidade de livros interessantes, inovadores, escritos para crianças. Mas isso fica ofuscado por uma série de clonagem de livros, que promovem a mercantilização da infância. A maneira como a infância e as coisas relativas a ela são processadas pela indústria acaba se tornando mercadoria. É como os alimentos fast-food, que satisfazem os desejos imediatos do consumidor, mas não são saudáveis.


Que obras atuais da literatura infantil o senhor definiria como revolucionárias? Que autores brasileiros se destacam no cenário da literatura infantil mundial?

Os trabalhos mais revolucionários têm sido feitos em multimídia - e muitas vezes são desprezados porque são jogos - ou em filmes. Provavelmente, os dois escritores de maior destaque no cenário inglês são Terry Pratchett e Neil Gaiman - mas há muitos outros. Atualmente, o livro combina vídeo e internet para produzir uma experiência complexa na qual os leitores podem se tornar escritores. A segunda pergunta é muito difícil de ser respondida - e é até constrangedora. No Reino Unido e nos Estados Unidos, menos de 2% dos livros publicados para crianças são traduções de outra língua para o inglês e por isso pouquíssimos autores de outros países são conhecidos. Ana Maria Machado, por ter ganhado o prêmio Hans Christian Andersen, talvez tenha sido mais bem-sucedida.


Qual a importância da ilustração para o livro infantil?

É importante porque é importante. A imagem do livro tornou-se uma grande forma de arte, com seus próprios valores e complexidades. Livros que combinam palavras e imagens podem fornecer uma importante ponte entre a literatura visual e a verbal. Num mundo em que cada vez mais fornecem-se imagens a todos, em todos os lugares, elas talvez sejam úteis em fazer livros acessíveis e compreensíveis. No entanto, a grande força da narrativa escrita (em oposição ao cinema, ao vídeo, ao teatro) é que os leitores formam suas próprias imagens. Por isso, eu diria que, embora as figuras possam ser importantes para ajudar os leitores a começar, elas não são necessárias para o leitor já estabelecido.


Como fazer uma boa crítica de livros infantis? Como fazer uma crítica de livros infantis para as crianças, que elas leiam, gostem e se identifiquem?
Um crítico precisa decidir qual é o seu trabalho. Recomendar livros para pais que não têm tempo de fazer seu próprio julgamento? Neste caso, o crítico precisa conhecer seu público, e seus leitores também precisam conhecer o crítico. Ou apresentar livros, com entusiasmo, para pais que querem fazer sozinhos suas avaliações? De uma maneira geral, os críticos não deveriam fazer suposições do que uma única criança ou um grupo delas iria gostar de ler. O problema da crítica de livros infantis não é que o adulto não possa fazer julgamentos válidos, mas, sim, que às vezes o adulto não pode explicá-los. Os melhores críticos adultos precisam levar em conta o ponto de vista da criança.


As revistas em quadrinhos são importantes? Elas encorajam a leitura?

Sim e sim. Os gibis têm uma forma extremamente complexa de leitura e exigem uma habilidade considerável para ler. No entanto, pode produzir um tipo de leitura diferente (o mesmo vale para experiências multimídia.). Como você quer que seus filhos leiam vai determinar o que você pensa de formas diferentes. Minha opinião é que acesso equilibrado a livros, quadrinhos, vídeos vai produzir leitores com uma vasta gama de habilidades.


O senhor acha que ler qualquer coisa é bom para criar o hábito da leitura? Ou as crianças deveriam ler só livros de qualidade?

Pela minha própria experiência - e também pela de vários outros professores que conheço -, o hábito de ler qualquer coisa é vital: leitores vão descobrir o que é bom e o que é ruim, e poderão escolher sozinhos o que desejam ler. Além disso, dizer que há livros de qualidade presume que alguém, em algum lugar, sabe o que é universalmente bom. Não acho que isso seja bom quando lidamos com crianças. Fica parecendo que a boa literatura é algo diferente, exclusivo e, portanto, que o que a maioria das pessoas está lendo não é bom. Ou ainda levanta a dúvida de que a boa literatura é o que a escola indica, mesmo que você goste ou não, e que livros ruins são aqueles que você curte bem longe das salas de aula.


Como o senhor acha que a literatura pode beneficiar as crianças?
De várias maneiras: ajuda as crianças a aprender a ler e a gostar da leitura. Faz com que se relacionem com suas famílias e tornem-se parte de sua cultura. Amplia o campo de experiências e as ajuda a aprender a pensar. Traz prazer e cria desafios. O que mais podemos querer?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Em primeira mão

Entrou em gráfica o Bruxa e Fada - Caldeirão ou Varinha de Condão, ilustrado por Pink Weiner. Esta é a imagem de capa, sem a finalização de verniz. Estou curiosa para ver o resultado.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fórum - Democratizando o saber

Encerramos o Fórum hoje com a presença lúcida do João Luis Ceccantini e da Alice Áurea Penteado. Fico muito feliz que nosso objetivo, que é o de levar para a sociedade a pesquisa acadêmica, divulgando-a e disponibilizando-a para todos e o de colocar frente a frente os criadores e o público num debate enriquecedor, tenha sido atingido. Sigo para o encerramento do PROLER em Caxias do Sul.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Bienal Paraná

Hoje começou o Fórum de Debates. Na primeira foto abaixo, o debate com a ilustradora Márcia Széliga e o cineasta Paulo Munhoz. Na segunda, o com as escritoras Heloisa Prieto e Cléo Busatto. Amanhã será o encontro com os educadores João Luis Ceccantini e Maria Alice Áurea Penteado.




domingo, 3 de outubro de 2010

Bruxa e Fada 2

O livro acima é o Bruxa e Fada Menina Encantada, primeiro da série.
Recebi o PDF do novo livro, Bruxa e Fada - Caldeirão ou Varinha de Condão, que dá sequência a ele. Muitos leitores queriam conhecer as aventuras de Maria, essa menina que surge do cruzamento de luz e trevas e que passa a ser conhecida como Menina Encantada.
Escrevi então a primeira aventura dela. O projeto gráfico e as ilustrações foram entregues pela Ed. DCL à Pink Weiner, responsável também pelo Bruxa e Fada Menina Encantada. Só posso dizer que gostei muito do miolo do livro. Ele será lançado este ano e estou aguardando ansiosa poder manuseá-lo. Tanto quanto o outro, as páginas se desdobram, abrindo-se em posters, num delicado trabalho de arte.

sábado, 2 de outubro de 2010

Brasil Sul

Na semana de 4 a 9 de outubro estarei participando da Bienal Paraná (Curadoria e mediação do Fórum de Debates) e do 17º PROLER – Encontro Estadual de Leitura em Caxias do Sul (Mediação da mesa com todos os oficineiros).



http://www.feiradolivrocaxias.com.br/