sábado, 25 de dezembro de 2010

Obrigada!!!

Aos amigos que acompanharam nosso blog durante todo o ano, muito obrigada. Desejo a todos imensas alegrias no novo ano que se aproxima. Boas festas!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Feira do Livro de Porto Alegre

A riqueza das inúmeras atividades e a promoção de encontros fantásticos com o público são fontes de grande alegria na Feira do Livro de Porto Alegre. Este ano não foi diferente. Tanto o encontro com o público jovem na Arena das Histórias quanto no Lendo pra Valer, na EEEF Fernando Ferrari, ou no Adote um Escritor, na EMEF Deputado Victor Issler, as experiências foram muito gratificantes.

Esse programa de leitura Adote um Escritor, que a Cãmara Rio-Grandense do Livro desenvolve, desde 2002, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, acaba de ser agraciado com o Prêmio Joaquim Felizardo, que homenageia carreiras dedicadas à cultura da capital. Posto aqui algumas fotos dos encontros.


Com as professoras do EMEF Deputado Victor Issler, que realizaram um trabalho primoroso no Adote um Escritor



Conversando com os alunos e respondendo perguntas


Alunos do EMEF Deputado Victor Issler



Mesa com todos os meus livros, que foram adquiridos pela escola e lidos pelos alunos


Os alunos encenaram lindamente A Saga de Um Rei e este é o Rei Soft, protagonista da história.



Uma cena do personagem, ainda não rei, sendo orientado pela mulher de preto sobre as regras para se consquistar o poder.



O baile de máscaras


A professora do EMEF Deputado Victor Issler, responsável pela linda montagem do espetáculo.




No Lendo pra Valer,
encontro gratificante com crianças da EEEF Fernando Ferrari




Na Arena das Histórias, um gostoso bate-papo com o público


Na Arena de Histórias

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Novo livro chegando


Acabo de receber o PDF de meu novo livro que fará parte da coleção de fábulas que tenho na ed. Larousse. É O Leão e o macaco. Gostei muito, muito do resultado. As imagens do Maurício Veneza ficaram lindas e divertidíssimas. Eu disse ao Maurício que ele conseguiu uma coisa rara: ilustrar o livro exatamente como eu gostaria de vê-lo. Adorei. Espero que a criançada goste tanto quanto eu.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quase estou de volta!

Queridos amigos que acompanham o blog: Fui obrigada a dar uma parada nas postagens por absoluta falta de tempo. Muita coisa aconteceu. Pretendo contar tão logo finalize um trabalho que está me absorvendo muito. Obrigada, muito obrigada pela visita de vocês. Um grande abraço a todos e até breve.

sábado, 30 de outubro de 2010

Hora do Conto


Hoje, sábado, 30 de outubro de 14:00 - 16:00, Jaqueline Sampaio estará apresentando a Hora do Conto.

Local:

Livrarias Curitiba - Shopping Palladium, Barigui, Curitiba e Estação

Programação:

BRUXA E FADA: MENINA ENCANTADA de Ieda de Oliveira, Ed. DCL, ME LIVRO DO TERROR de Cláudio Martins, Ed. FTD e CONTRA FEITIÇO, FEITIÇO E MEIO de Eloí Elisabete Bocheco, Ed. Paulinas.

Estão todos convidados.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Facebook

Estou, depois de grande resistência, no Facebook. O Rogério Andrade Barbosa me convenceu. O lado interessante é que encontrei muitos amigos e amigos me encontraram. Isso é sempre bom.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Peter Hunt

Reproduzo aqui a entrevista concedida ao Globo (Prosa Online) por Peter Hunt, um dos maiores estudiosos mundiais da literatura infantil, fundador e professor da cadeira na Cardiff University, na Grã-Bretanha. Hunt é autor de Crítica, teoria e literatura infantil, Ed. Cosac Naify, com tradução de Cid Knipel Moreira e texto de orelha de João Luís Ceccantini .


O senhor acha que os livros infantis têm características muito peculiares que os distinguem de qualquer outro tipo de literatura que é feito? O que o senhor acha de moral da história, do politicamente correto, da mensagem que se tenta passar para a criança?

É perigoso generalizar sobre "livros para crianças" - provavelmente nunca generalizaríamos sobre (todos) os livros para adultos. Mas uma característica que todos os livros infantis compartilham é a ideia da "criança" ou da "infância". Essa pode ser a ideia do editor sobre o que é ser criança, da cultura de uma sociedade, ou a ideia do autor sobre uma criança real, talvez um ideal da infância, uma memória de criança ou uma memória de quando se foi criança (é bem complexo!). Seja lá o que for essa ideia, isso vai interferir em como será o livro. Alguns autores vão defender que crianças precisam de leveza, novidade e trabalhos experimentais; outros vão achar que crianças são 'simples' e então precisam de livros 'simples'; alguns autores acham que crianças precisam de desafios; há os que pensam que crianças vão precisar ter livros para se acostumarem a eles - para ser como qualquer outra pessoa. Sobre a "moral da história", é verdade: muitos livros infantis têm mesmo uma moral positiva ou um final feliz; e são politicamente corretos, porque seus autores sabem que estão (na maioria das vezes) escrevendo para um leitor menos experiente. Por isso acham que têm a responsabilidade de mostrar um bom comportamento ou uma mensagem boa. O problema que isso acarreta, claro, é que vai depender do que o autor vai acreditar como sendo politicamente correto.


Livros infantis precisam ser didáticos?

Porque há um desequilíbrio de poder nos livros infantis - em que o adulto autor está numa posição em que pode, efetivamente, influenciar o leitor -, é inevitável que autores adultos tentem expressar algum ponto de vista, queiram passar alguma mensagem. (TODOS os livros e TODOS os livros infantis têm alguma posição ideológica). No século passado, qualquer didatismo, ensinamento, posicionamento, tendia a ser disfarçado.


O que caracteriza um bom livro infantil?

Assim como qualquer outro livro, o que vai ser 'bom' vai depender do que você (ou sua cultura) define como 'bom'. Um bom livro, para mim, é desafiador, inovador, diferente (E isso é fácil quando o seu público não é tão experiente). Mas, independentemente de qualquer outra coisa (conteúdo, linguagem etc.), eu acho que um bom livro infantil é feito de respeito: há sempre um abismo entre a experiência do adulto autor e a do leitor criança. Então um bom livro infantil tem que negociar com esta lacuna, e isso só pode ser feito com o respeito, que vai partir do adulto. Um bom livro infantil é um livro que faz todos, adultos e crianças, pensarem. É claro que às vezes não é isso que você quer de um livro - um bom livro para ler no aeroporto ou tarde da noite pode ser apenas para distrair e não para fazer você pensar. E este é novamente o risco das generalizações.


Como o senhor escolhia os livros que suas filhas liam na infância?
Quando minhas filhas eram bem pequenas, os livros eram escolhidos de três maneiras. A primeira: eram livros que nós, como pais, amávamos e lembrávamos desde a nossa infância. A segunda: tentávamos acertar o livro de acordo com cada criança (que penso, e espero, conhecer), visando aos seus interesses e às suas características. Então costumávamos comprar livro que imaginávamos que elas iriam gostar ou livros que as ajudariam a entender o que precisam entender. Erramos muitas vezes - por isso tenho dúvidas de se é verdadeira a ideia de que se você gosta de um livro seus filhos necessariamente gostarão. A melhor lição é que as crianças só gostarão de alguma coisa se a elas for oferecida! E a terceira: deixávamos que elas escolhessem livros sozinhas. Uma vez ou outra, mas raramente, sugeríamos que um livro específico estava além da compreensão delas ou o conteúdo não as interessaria. Mas nunca - como muitas pessoas fazem - interrompemos a leitura das crianças porque não concordávamos com o ponto de vista expressado no livro (embora isso não seja realmente um problema até a adolescência) ou porque apresentava valores com os quais não compactuávamos. O resultado disso é que muitos dos livros preferidos de nossas filhas eram livros que nós achávamos triviais, ou que mostravam claramente que o autor não havia se empenhado bastante, ou que as ilustrações representavam o que achávamos que era o 'pior' de uma publicação comercial. Não acho que isso as tenha prejudicado - porque eram tantos e tantos livros. A mensagem aqui, eu acho, é que, se os pais compartilharem com os filhos seus valores culturais, a escolha dos livros infantis será autorregulada. E mais: quanto mais livros as crianças lerem, maior será a capacidade delas de escolha e de comparação. (Também não tínhamos em casa uma sala de televisão, o que aumentava o tempo dedicado à leitura).


Os livros que o senhor escolheu para sua primeira filha são diferentes dos livros que o senhor escolheu para sua quarta filha? Seu maior conhecimento sobre teoria da literatura infantil fez com que mudasse de opinião sobre os livros?

Não, não acho que houve uma diferença no tipo de livro. A maior diferença foi o número de livros: os livros que as minhas primeiras três filhas leram ainda pertenciam à nossa casa, e elas foram passando livros de uma para a outra. Então a quarta filha tinha uma quantidade muito maior (A caçula é sempre a mais esperta, porque as mais velhas cuidam de sua educação).


Que conselhos o senhor daria aos pais que querem acertar na escolha de livros para seus filhos? O que priorizar nesta seleção?

Este é um conselho fácil de dar e nem tão simples de ser seguido: PENSANDO!!!! Trate desta questão de escolher livros com seriedade. Se for seguir o conselho de outras pessoas (críticos, por exemplo), gaste um tempo avaliando se concorda ou não com a maneira como pensam. Esta não é uma ciência exata, e as pessoas muitas vezes se colocam como autoridades, quando todos, na verdade, têm suas próprias opiniões. Ainda assim, se tiverem experiência com crianças, as pessoas não serão todas as crianças, ou não serão a sua criança. Acima de tudo, olhe com atenção, pense bastante e decida o que você quer para o seu filho.


As livrarias brasileiras estão abarrotadas de livros infantis. Este é um mercado rentável? O que move tantos e tantos lançamentos?

O mercado de livro infantil é um dos mais rentáveis, sim, na Europa e em todos os países de língua inglesa, apesar do fato de os romances para as crianças venderem menos exemplares do que os para adulto. Isso ocorre porque normalmente se paga menos a autores infantis, porque o foco de marketing no público infantil é mais disperso (procura-se vender para todas as crianças e para uma faixa etária específica) e porque há dois compradores de livros infantis, os adultos e as crianças. Há duas razões para esta imensa quantidade de lançamentos. A primeira é porque, no mercado editorial de língua inglesa, há cinco ou seis editoras dominantes que competem entre elas em todos os gêneros - e por isso todas as listas de lançamentos se parecem muito. A segunda é financeira: as editoras infantis não mantêm uma lista grande de livros já lançados no estoque. As vendas e o lucro são medidos ano a ano e é preciso ter sempre lançamentos, que vão gerar lucro imediato e depois serão preteridos pelos livros novos.


Por que em seu livro o senhor chama a literatura infantil do Ocidente de retrógrada?
Acredito que há uma grande quantidade de livros interessantes, inovadores, escritos para crianças. Mas isso fica ofuscado por uma série de clonagem de livros, que promovem a mercantilização da infância. A maneira como a infância e as coisas relativas a ela são processadas pela indústria acaba se tornando mercadoria. É como os alimentos fast-food, que satisfazem os desejos imediatos do consumidor, mas não são saudáveis.


Que obras atuais da literatura infantil o senhor definiria como revolucionárias? Que autores brasileiros se destacam no cenário da literatura infantil mundial?

Os trabalhos mais revolucionários têm sido feitos em multimídia - e muitas vezes são desprezados porque são jogos - ou em filmes. Provavelmente, os dois escritores de maior destaque no cenário inglês são Terry Pratchett e Neil Gaiman - mas há muitos outros. Atualmente, o livro combina vídeo e internet para produzir uma experiência complexa na qual os leitores podem se tornar escritores. A segunda pergunta é muito difícil de ser respondida - e é até constrangedora. No Reino Unido e nos Estados Unidos, menos de 2% dos livros publicados para crianças são traduções de outra língua para o inglês e por isso pouquíssimos autores de outros países são conhecidos. Ana Maria Machado, por ter ganhado o prêmio Hans Christian Andersen, talvez tenha sido mais bem-sucedida.


Qual a importância da ilustração para o livro infantil?

É importante porque é importante. A imagem do livro tornou-se uma grande forma de arte, com seus próprios valores e complexidades. Livros que combinam palavras e imagens podem fornecer uma importante ponte entre a literatura visual e a verbal. Num mundo em que cada vez mais fornecem-se imagens a todos, em todos os lugares, elas talvez sejam úteis em fazer livros acessíveis e compreensíveis. No entanto, a grande força da narrativa escrita (em oposição ao cinema, ao vídeo, ao teatro) é que os leitores formam suas próprias imagens. Por isso, eu diria que, embora as figuras possam ser importantes para ajudar os leitores a começar, elas não são necessárias para o leitor já estabelecido.


Como fazer uma boa crítica de livros infantis? Como fazer uma crítica de livros infantis para as crianças, que elas leiam, gostem e se identifiquem?
Um crítico precisa decidir qual é o seu trabalho. Recomendar livros para pais que não têm tempo de fazer seu próprio julgamento? Neste caso, o crítico precisa conhecer seu público, e seus leitores também precisam conhecer o crítico. Ou apresentar livros, com entusiasmo, para pais que querem fazer sozinhos suas avaliações? De uma maneira geral, os críticos não deveriam fazer suposições do que uma única criança ou um grupo delas iria gostar de ler. O problema da crítica de livros infantis não é que o adulto não possa fazer julgamentos válidos, mas, sim, que às vezes o adulto não pode explicá-los. Os melhores críticos adultos precisam levar em conta o ponto de vista da criança.


As revistas em quadrinhos são importantes? Elas encorajam a leitura?

Sim e sim. Os gibis têm uma forma extremamente complexa de leitura e exigem uma habilidade considerável para ler. No entanto, pode produzir um tipo de leitura diferente (o mesmo vale para experiências multimídia.). Como você quer que seus filhos leiam vai determinar o que você pensa de formas diferentes. Minha opinião é que acesso equilibrado a livros, quadrinhos, vídeos vai produzir leitores com uma vasta gama de habilidades.


O senhor acha que ler qualquer coisa é bom para criar o hábito da leitura? Ou as crianças deveriam ler só livros de qualidade?

Pela minha própria experiência - e também pela de vários outros professores que conheço -, o hábito de ler qualquer coisa é vital: leitores vão descobrir o que é bom e o que é ruim, e poderão escolher sozinhos o que desejam ler. Além disso, dizer que há livros de qualidade presume que alguém, em algum lugar, sabe o que é universalmente bom. Não acho que isso seja bom quando lidamos com crianças. Fica parecendo que a boa literatura é algo diferente, exclusivo e, portanto, que o que a maioria das pessoas está lendo não é bom. Ou ainda levanta a dúvida de que a boa literatura é o que a escola indica, mesmo que você goste ou não, e que livros ruins são aqueles que você curte bem longe das salas de aula.


Como o senhor acha que a literatura pode beneficiar as crianças?
De várias maneiras: ajuda as crianças a aprender a ler e a gostar da leitura. Faz com que se relacionem com suas famílias e tornem-se parte de sua cultura. Amplia o campo de experiências e as ajuda a aprender a pensar. Traz prazer e cria desafios. O que mais podemos querer?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Em primeira mão

Entrou em gráfica o Bruxa e Fada - Caldeirão ou Varinha de Condão, ilustrado por Pink Weiner. Esta é a imagem de capa, sem a finalização de verniz. Estou curiosa para ver o resultado.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fórum - Democratizando o saber

Encerramos o Fórum hoje com a presença lúcida do João Luis Ceccantini e da Alice Áurea Penteado. Fico muito feliz que nosso objetivo, que é o de levar para a sociedade a pesquisa acadêmica, divulgando-a e disponibilizando-a para todos e o de colocar frente a frente os criadores e o público num debate enriquecedor, tenha sido atingido. Sigo para o encerramento do PROLER em Caxias do Sul.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Bienal Paraná

Hoje começou o Fórum de Debates. Na primeira foto abaixo, o debate com a ilustradora Márcia Széliga e o cineasta Paulo Munhoz. Na segunda, o com as escritoras Heloisa Prieto e Cléo Busatto. Amanhã será o encontro com os educadores João Luis Ceccantini e Maria Alice Áurea Penteado.




domingo, 3 de outubro de 2010

Bruxa e Fada 2

O livro acima é o Bruxa e Fada Menina Encantada, primeiro da série.
Recebi o PDF do novo livro, Bruxa e Fada - Caldeirão ou Varinha de Condão, que dá sequência a ele. Muitos leitores queriam conhecer as aventuras de Maria, essa menina que surge do cruzamento de luz e trevas e que passa a ser conhecida como Menina Encantada.
Escrevi então a primeira aventura dela. O projeto gráfico e as ilustrações foram entregues pela Ed. DCL à Pink Weiner, responsável também pelo Bruxa e Fada Menina Encantada. Só posso dizer que gostei muito do miolo do livro. Ele será lançado este ano e estou aguardando ansiosa poder manuseá-lo. Tanto quanto o outro, as páginas se desdobram, abrindo-se em posters, num delicado trabalho de arte.

sábado, 2 de outubro de 2010

Brasil Sul

Na semana de 4 a 9 de outubro estarei participando da Bienal Paraná (Curadoria e mediação do Fórum de Debates) e do 17º PROLER – Encontro Estadual de Leitura em Caxias do Sul (Mediação da mesa com todos os oficineiros).



http://www.feiradolivrocaxias.com.br/

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sugestão de leitura

O livro de ensaios Hacia una literatura sin adjetivos de María Teresa Andruetto, Ed. Comunicarte, traz de maneira lúcida e poética uma avaliação do que pode ser considerado uma literatura de qualidade para crianças e jovens.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Alta Gracia

Após visitar alguns dos principais monumentos históricos da cidade de Córdoba, fiz a coisa de que mais gosto: sentir de perto a realidade do povo. Fui até o terminal rodoviário e peguei um buzão, de aproximadamente seis pesos (R$ 3,50), e fiz uma viagem de 45 minutos em direção à cidade de Alta Gracia, lugar onde viveu Che Guevara, cuja casa abriga hoje um museu com sua história. Uma sensação deliciosa a de percorrer junto com os moradores caminhos por mim ignorados. Tudo absolutamente plano e de uma paisagem seca. Em alguns momentos me lembrou a paisagem do cerrado. Um verde aqui e outro ali, com terreno irrigado, mas absurdamente atraente. Assim que cheguei fiquei um pouco apreensiva porque parecia uma cidade fantasma. Minha meta era saltar no ponto final, que seria a rodoviária de lá, para poder voltar. Só que as pessoas foram saltando e eu vi que o comércio estava fechado e as ruas, desertas. Pensei que talvez fosse feriado por lá, mas não. Fiquei sabendo então pelo motorista do ônibus que era a hora da sesta e que o pessoal só voltaria ao trabalho lá pelas 16 horas. O pior é que eu estava com uma baita fome e não tinha a menor idéia de como resolver isso. Aí, descobri na rodoviária um barzinho, meio boteco, meio lanchonete, meio qualquer coisa, que tinha um vendedor muito jovem e simpático, que me serviu um refrigerante chamado ¨Ser¨ e um sanduiche enorme. Foi a primeira vez que experimentei um refrigerante ontológico. Fiquei por ali pensando em como iria chegar até à Estancia Jesuítica, que queria visitar, e ao Museu Che Guevara. O rapaz me mostrou um mapa e vi que, com aquele sol de rachar, ia ser complicado chegar a meu destino. Perguntei se havia serviço de táxi e ele disse sim e prontamente ligou pedindo um. Em pouco tempo chegou o carro com um motorista bem humorado chamado Jesus. Falei pra ele: ¨senhor Jesus o senhor me ajuda a conhecer Alta Gracia?¨ e ele muito gentil disse: ¨sim e farei uma viagem sem exploração financeira, porque desde que nasci carrego o peso desse nome. Não é fácil ser Jesus¨. E assim fomos direto à casa do Che, depois seguimos para a Estancia Jesuítica, de lá para o belo lago em que nadavam patos e cisnes e finalizamos dando uma volta pela cidade. Ele me deixou de volta na rodoviária e eu retornei a Córdoba feliz e abençoada. Chegando, é claro, fui a pé para o hotel. Posto aqui algumas fotos do museu e outra da Estancia. Não consigo postar tudo.



Esta chama acesa é primeira coisa que vê ao entrar no Museu Che Guevara.
















Exposta uma Norton 1936 igual à que Che Guevara usou na viagem pela América Latina









quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Córdoba não esquece

Ao lado de monumentos que são patrimônio da humanidade, Córdoba conserva um outro monumento: A memória de seus desaparecidos, vítimas da repressão. Fiquei muito emocionada diante do prédio antigo, que traz em sua entrada formando impressões digitais, os nomes dos desaparecidos. Essa identidade atravessa a alma da gente. Nesse lugar, durante quase setenta anos, funcionaram diversas dependências da polícia de Córdoba. Nas décadas de sessenta e setenta, o Departamento de Informações da Polícia da Provínvia de Córdoba, conhecido como D2, transformou o lugar no centro de detenção dos prisioneiros políticos, que entre 1969 e 1983 foram sequestrados, torturados e executados pelas forças repressivas do Estado. Escrever no espaço público seus nomes significa para os cordobeses transformar o lugar em memória viva das vítimas e suas vidas serem gravadas como uma forma de dizer: Nunca mais!








terça-feira, 14 de setembro de 2010

De volta!

Acabo de chegar de Córdoba onde fui receber um prêmio literário no concurso de que participei Los Niños del Mercosur. Fiquei encantada com a cidade que não conhecia e com as pessoas que tive também a oportunidade de conhecer. Foi curioso porque tão logo cheguei ao hotel tive a impressão de estar ouvindo o hino nacional brasileiro, mas o engraçado é que não foi impressão. Estava havendo na praça, que fica em frente ao Hotel e onde se realizava a Feira do Livro de Córdoba, uma homenagem à Independência do Brasil. Era sete de setembro. Claro que desci para ver de perto e havia um monte de brasileiros presentes, além de estudantes de língua portuguesa. É incrível como se estuda português por lá, mas ficam meio surpresos de nos ver falando espanhol. Gostei de tudo. Da Feira do Livro, da cidade, que apesar do clima seco mantinha uma beleza impar, da alegria das pessoas e do movimento intenso das ruas, dos monumentos históricos, alguns deles patrimônios da humanidade, da cidade de Alta Gracia, onde morou Che Guevara e onde há um museu, antiga casa onde ele viveu e muitas outras coisas. Vou postar, aos poucos, algumas fotos que tirei por lá.


A praça San Martin vista da janela do quarto do hotel


Vista noturna da praça San Martin

Catedral de Córdoba


Feira do Livro de Córdoba


Entre o Consul do Brasil em Córdoba, que me entregou o prêmio, e as juradas Graciela Perriconi, crítica literária e Karina Fraccarolli, diretora do Editorial Comunicarte.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A minha casa


Não sei se todos conhecem o Orfanato A Minha Casa. De há muito acompanho a excelência do trabalho realizado lá e tenho sempre muita alegria de poder divulgá-lo. Eles tem um caminhãozinho velho (que aliás vive dando defeito e já estou sugerindo uma campanha para aquisição de um novo) que vai à casa das pessoas e busca todo tipo de doação. Desde roupas até móveis, passando por eletrodomésticos e material de informática, brinquedos, mesmo que os objetos doados tenham defeito. Eles tem profissionais voluntários que consertam tudo. O que não é utilizado nas casas (o orfanato é composto de várias casas que procuram reproduzir, com a maior fidelidade possível, um lar feliz para as crianças, e conseguem), é colocado à venda no Bazar. Curiosamente muitos pais, que levam seus filhos para conhecer o orfanato, tem a surpresa de na hora de ir embora, ninguém querer ir. O ambiente é tão agradável, que dá perfeitamente para compreender. Quem tiver interesse em conhecer o trabalho deles, o endereço do site é o abaixo.
http://www.amcasa.webnode.com.br/

domingo, 22 de agosto de 2010

Bienal do Livro do Paraná

Fui convidada a fazer a curadoria e mediação do Fórum de Debates da Bienal do Livro do Paraná, que acontece de 01/10 a 10/10 em Curitiba. O Fórum acontece nos dia 5 e 6/10. Reproduzo a programação:

FÓRUM DE DEBATES
TEMA: O que é qualidade na produção artística para crianças e jovens?
Curadoria e mediação: Ieda de Oliveira

Debates:
5/1 às14h- Com a palavra o escritor:
As escritoras Heloisa Prieto e Cléo Busatto discutem o que pode ser considerado uma Literatura Infantil e Juvenil de qualidade.

5/10 às 16h- Com a palavra o ilustrador e o cineasta.
A ilustradora Márcia Széliga e o cineasta Paulo Munhoz discutem a qualidade na ilustração, na linguagem audiovisual e nos recursos digitais utilizados na produção destinada ao público infantil e juvenil.

6/10 às 16h- Com a palavra o educador:
Os professores doutores Alice Áurea Penteado Martha (UEM) e João Luis Ceccantini (UNESP) discutem de que maneira pode ser estimulado o gosto pela literatura de qualidade entre crianças e jovens e como trabalhar essa literatura em sala de aula.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O cheiro da morte...

Acabo de receber meu novo livro O Cheiro da Morte e outras histórias, Ed. Biruta. É um livro de contos, em que quase todas as histórias são baseadas em fatos reais, alguns deles, como o que dá título ao livro, acontecidos comigo. Coisas insólitas, sinistras, assustadoras e às vezes muito engraçadas. As ilustrações são de Alexandre Teles e o projeto gráfico de Monique Sena. Ainda não foi marcado o lançamento oficial, mas há algumas informações sobre ele no site da editora.
http://www.editorabiruta.com.br/detalhe.php?id=181

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

FLIP/FLIPINHA/FLIPZONA 2010

Chego da FLIP com o sentimento de que ainda estou lá. Nem sei como agradecer o carinho, a delicadeza e a competência com que fui tratada. A delícia da convivência com os amigos antigos e novos. Não sei como, mas estava tudo ainda mais bonito que em 2006. A praça recriando o universo mágico de um Brasil Freyreano. Foi pura emoção encontrar meus livros pendurados nas árvores, ver o trabalho lindo feito pelos alunos com o Brasileirinho- História de Amor do Brasil, participar da mesa na companhia divertida da Stela Maris com a mediação competente do Amaury Barbosa, Secretário de Turismo e Cultura de Paraty, o encontro com as crianças, o show de abertura com o Edu Lobo e direção do Arthur Nestrovski, o mesão com todos os autores, os vários encontros com escritores fantásticos (pena que não pude comparecer a todos por incompatibilidade de horário), os almoços na Pousada da Marquesa, ponto de encontro de todos os convidados, os jantares pelos restaurantes de Paraty, tão generosamente escolhidos pela organização do evento, os papos e encontros, previstos ou não, a fugida à sorveteria para pecar...e poder respirar, durante cinco dias, aquela atmosfera de arte e encantamento. Vou tentar postar aqui um pouco, muito pouco, do que vi e vivi por lá.

Alguns de meus livros que encontrei no pé de livros, que todo dia mudavam de lugar. Aqui o Bruxa e Fada Menina Encantada


Aqui, A Saga de um Rei


Painel do Brasileirinho- História de Amor do Brasil feito pelas crianças de Paraty

Esculturas na praça feitas pelos artistas da oficina de papelagem de Paraty
















Oficina de papelagem


Aqui os artistas da oficina de papelagem, responsáveis pelo belíssimo trabalho da praça, ensinam a fazer máscaras utilizando barro, maisena e papel craft, o mesmo material utilizado na confecção das esculturas.


Aqui outra oficina: a de flores


Biblioteca infantil na praça

As crianças na biblioteca

Painel da Flipzona feito pelos jovens




Movimento externo


Mesa com Amaury e Stela


Com Amaury e Stela


Após a mesa, as crianças foram nos procurar no camarim para autógrafos


Autografando blusas





No mesão mediado por Gabriela Gibrail, coordenadora da Flipinha e Anna Cláudia Ramos, presidenta da AEILIJ, com todos os participantes da Flipinha.


Com Isabel Allende na gula da sorveteria.



Com Adriana Falcão, Helênio, meu marido, e Rosinda, irmã dela: amigos sempre

Esta Bandinha fez nossa alegria, à noite, nas ruas