segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A palavra e os poetas I

Carrego meus primórdios num andor.
Minha voz tem um vício de fontes.
Eu queria avançar para o começo.
Chegar ao criançamento das palavras.
Lá onde elas ainda urinam na perna.
Manoel de Barros

A palavra desconfia do poeta
Como a mulher do homem.
Ambas se presumem atraiçoadas
Inseguras, medrosas do destino
Que lhes darão, do chão por onde as levam,
Quando elas é que são infiéis;
Sabem ser tantas dentro de uma só.
estrelada a palavra se insinua,
me deslumbra, mas quando quero tê-la,
ela se esquiva, mal permite a pele
e inefável me espia impenetrável.
Thiago de Mello


Meu poema
larva:
Que bicho se abrirá em
palavra?
Tanussi Cardoso