Tive a sorte de ter pais leitores e hábeis em não empurrar livros pela minha garganta abaixo, e mais sorte ainda de ter tido uma “babá” exímia contadora de histórias. Morávamos em Minas nessa época; e ela era do interior do estado. Sabia muitos e muitos “causos” e encantava minha mente com reis, rainhas, princesas, bichos falantes e histórias de assombração. Não me lembro de uma noite sequer que não tenha dormido sob encantamento. Quando ela se casou e foi embora, eu já sabia ler, e ocupou o seu lugar uma outra babá, a Sheherazade, e suas “Mil e uma noites”. Acho que esse passado construiu a máquina de sonhar que me faz escrever.
Posto hoje esta primorosa leitura musical de Korsakov para todos nós, que vivemos "Sheherazadicamente".
Posto hoje esta primorosa leitura musical de Korsakov para todos nós, que vivemos "Sheherazadicamente".