quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Mostra Internacional do Filme Etnográfico


Desde o dia 8 de Janeiro, a Fundação Casa de Rui Barbosa está promovendo, em seu auditório, a reapresentação de uma seleta da programação da 12a Mostra Internacional do Filme Etnográfico, com exibições às terças e quintas-feiras, às 16 horas, e entrada franca.

O festival apresenta as mais recentes produções de filmes e vídeos documentários, incluindo produções clássicas e recentes. O projeto é coordenado pela antropóloga Patrícia Monte-Mór e pelo documentarista José Inácio Parente. Vale a pena conferir.

15.01, terça-feira, às 16h

A dura vida de uma vida fácil- Paulo Seussett, 19 min., Brasil, 2006. Documentário sobre prostituição, mostrando o ponto de vista das trabalhadoras do sexo. Nesse filme elas falam como começaram, dos seus sonhos de infância e dos seus sonhos atuais, o que fazem para encarar a noite, do preconceito que sofrem e se gostariam que suas filhas seguissem pelo mesmo caminho.

Suzy Brasil - A deusa da Penha Circular, Renata Than, 20 min., Brasil, 2007. Suzy Brasil, a drag queen que hipnotiza platéias com seus shows em boates no Rio de Janeiro. Marcelo, o pacato professor de biologia do ensino médio. Ambos moradores DA Penha Circular, coincidência?

Sobre Rodas Brasil, Sérgio Bloch, 52 min., Brasil, 2007. Por um longo período o homem carregou seus pertences sobre os ombros. Com a invenção da roda, há cerca de 7 mil anos, a civilização acelerou enormemente seu desenvolvimento. Hoje, seria inconcebível o mundo sem este tão simples e perfeito objeto. Sobre rodas Brasil retrata o cotidiano de personagens que, puxando, empurrando ou pedalando algum veículo, ganham a vida pelas ruas de diversas cidades brasileiras.

17.01, quinta-feira, às 16h

Zabumba- Marcelo Rabelo, 42 min., Brasil, 2000 . Em Canudos Velho, sertão da Bahia, região onde aconteceu uma guerra no século 19, a cultura popular tem se tornado um dos elementos que remetem às suas origens. A tradição da Zabumba, como é também conhecida as bandas de pífanos na região, é preservada por quatro irmãos que juntos mantêm viva a memória de seus antepassados. Quiquio, 19 anos, flautista e líder do grupo, sai em busca de suas raízes, dialoga e visita parentes, seus costumes, histórias, músicos jovens e mestres em outras localidades DA região.

Margem- Maya Da-Rin, 54 min., Brasil, 2007. Durante dois dias e três noites uma embarcação navega lentamente pelo rio Amazonas, partindo da fronteira do Brasil com a Colômbia em direção à cidade peruana de Iquitos. A margem se revela diante da câmera à medida que os passageiros divagam sobre um território de múltiplas feições e em constante transformação.

22.01, terça-feira, às 16h

O canto das canoas, Priscilla Ermel, 25 min., Brasil, 2006. Sob o olhar de Seu Ditinho, mestre cirandeiro e construtor de canoas, a tradição da ciranda, performance que resume, em seus versos, cantos, e danças, a essência do ser caiçara. Assim, participamos da perspectiva aprendiz do menino Albert, para quem o mestre cirandeiro conta sua vida e arte.

Pïrinop, meu primeiro contato- Mari Corrêa e Karané Ikpeng, 83 min., Brasil, 2007. Em 1964, os índios Ikpeng têm o seu primeiro contato com o homem branco numa região próxima ao rio Xingu, no Mato Grosso. Ameaçados em seu território por invasões de garimpeiros, eles são transferidos para o Parque Indígena do Xingu, onde ainda vivem. Mas os Ikpeng sofrem com o exílio de suas terras ancestrais e hoje lutam para reconquistá-las. Unindo o passado ao presente, os Ikpeng evocam em um misto de tristeza e humor, as preciosas lembranças daqueles momentos e interpretam episódios que os brancos e suas câmeras não presenciaram. Relatado do ponto de vista dos próprios índios, o documentário desloca nosso olhar para um outro enfoque, numa inversão de papéis onde o “outro” somos nós.

24.01, quinta-feira, às 16h

Baque Solto - Suiá Chaves e Tatiana Gentile, 26 min., Brasil, 2007. Zona da Mata Norte e Zona Metropolitana de Pernambuco. É Carnaval. Preparo, estrada, esperas, apresentações. O filme acompanha o Maracatu de Baque Solto Leão de Ouro de Condado durante os três dias de Carnaval.

L.A.P.A- Emilio Domingos e Cavi Borges, 75 min., Brasil, 2007. Tradicional bairro boêmio do Rio de Janeiro, reduto de sambistas no início do século 20, o bairro da Lapa também serviu como ponto de encontro do RAP nessa cidade, no final do mesmo século (anos 90). O filme mostra, através de alguns MCs, o cotidiano e o desenvolvimento dessa cultura.

29.01, terça-feira, às 16h

O evangelho segundo seu João- Eduardo Souza Lima, Leonardo Gomes e João Moraes, 17 min., Brasil, 2006. Não se trata de um filme sobre a Folia de Reis, mas sobre um homem santo de 74 anos que comanda folias há 56 anos. Ele é analfabeto, mas tem a função de ser um sábio que não pode deixar perguntas sem respostas. Isso o leva a criar parábolas e estruturas de abordagem totalmente peculiares e inéditas.

Batatinha e o samba oculto da Bahia- Pedro Abib, 48 min., Brasil, 2007. Documentário sobre o famoso sambista baiano Oscar da Penha – o Batatinha – já falecido e que deixou uma obra comparável aos grandes mestres do samba do Brasil. Busca mostrar também alguns outros sambistas da velha guarda da Bahia, infelizmente pouco conhecidos do grande público. A narrativa se utiliza de elementos de ficção, através da participação de 3 atores interpretando universitários que saem em busca de informações sobre Batatinha, para cumprir uma tarefa de realizar um documentário sobre o grande mestre. Conta com depoimentos de Paulinho da Viola, Maria Bethânia, Riachão, Edil Pacheco, Nelson Rufino e outros grandes compositores do samba brasileiro.

A Bença- Tarcísio Lara Puiati, 52 min., Brasil, 2006. Mãe Enedina, 90. Mãe Maria, 74. Mãe Mimi, 75. Um recorte do cotidiano de três senhoras do candomblé na Baixada Fluminense. A passagem do tempo, a terceira idade, o respeito mútuo entre os jovens e os mais velhos no candomblé, a crença no culto de orixás, são alguns dos temas desse documentário da série DOCTV III.

31.01, quinta-feira, às 16h

Em (si) mesma, Andréa Barbosa, 24 min., Brasil, 2006. Michele e Dalva são pacientes em desinternação progressiva no Manicômio Judiciário de Franco da Rocha. Margarida é psicóloga na mesma instituição. Três mulheres ligadas pela fotografia, instrumento que sela uma relação de respeito e desejo pela vida. Este filme recebeu o Prêmio Estímulo de Curta-Metragem da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

O profeta das águas- Leopoldo Nunes, 83 min., Brasil, 2005. Em 1966, o governo militar brasileiro decide iniciar a construção da hidrelétrica de Ilha Solteira, que inundaria toda a região de Rubinéia, na fronteira de São Paulo com Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Em outubro de 1970, o líder religioso Aparecido Galdino Jacintho rezava com seus fiéis no seu templo, em Rubinéia, à espera do Exército Nacional, que se juntaria ao Exército da Força Divina. Juntos, partiriam rumo a Mato Grosso para curar, pregar a paz e praticar a justiça, além de impedir a construção da barragem. Enfim chega a força militar, conforme a profecia, mas para reprimir os fiéis com violência brutal. O filme resgata documentos históricos de arquivos das justiças comum e militar, arquivos de hospitais psiquiátricos e localiza diversas pessoas que vivenciaram o episódio.